Requiem por Irina Ostrakoff

Requiem por Irina Ostrakoff

Rodrigo Leal de Carvalho

Editora Livros do Oriente

Macau

2015 (3ª edição)

Tombo: 3093

Requiem por Irina Ostrakoff, de Rodrigo Leal de Carvalho, publicado em 1993, teve sua terceira edição em 2015. Já nesse seu primeiro romance, o autor, traça o limiar do seu novelão, que vai cruzar personagens em seus outros romances. Eis, porque a edição é composta, na verdade de duas partes: Pommery para o Jantar e o propriamente Requiem por Irina Ostrakoff.

Pommery para o Jantar compõem-se de 14 capítulos. Cuida de narrar ao procurador público encarregado do processo de inventário dos bens deixados por Irina Ostrakoff, passagens sobre Tarcísio e sua esposa Maria Mafalda como uma quase-introdução ao Requiem e, em princípio, como um ponto da meada do novelão que é a obra completa de Leal de Carvalho.

A narrativa de Requiem por Irina Ostrakoff está disposta em 11 partes com vários capítulos cada.

Este romance de Leal de Carvalho conta o périplo de uma nobre russa bem-nascida e criada em Odessa, de onde parte para destinos inimagináveis à sua educação.

A amante do governador

A Amante do Governador

José Rodrigues dos Santos

Editora Gradiva

Lisboa

2018

Tombo: 3128

A Amante do Governador, de José Rodrigues dos Santos, é um romance histórico ambientado em Macau desde os antecedentes até o final da Guerra do Pacífico, no período da neutralidade portuguesa em face dos Aliados e do Eixo da II Grande Guerra.

A obra é composta de três partes, intituladas: A Porta do Cerco; A Porta da Fúria; e A Porta do Coração, a primeira com quatorze capítulos, a segunda com 34 e a terceira com 28 capítulos, além do Prólogo, do Epílogo e Nota Final. A transição de uma parte para a outra é marcada por batalhas significativas da Guerra do Pacífico: Pearl Harbor e Midway. A Nota Final tem o condão de traçar as fontes utilizadas pelo autor para a composição do romance e identificação real dos personagens principais.

O enredo cuida de reportar e romancear as ações estratégicas de administração de Macau durante o período bélico, pelas mãos do Governador, Artur Teixeira e seu auxiliar governante, Jorge Lobo, bem como o envolvimento amoroso do primeiro com Lian-hua, a concubina do coronel japonês Sawa, e do segundo com a macaense Carminho e a russa Nadezhda. O romance revela-se, assim, como uma novela com pelo menos dois pontos de conflitos narrativos, protagonizados pelo governador e pelo governante.

Mayrig

MAYRIG

Henry Verneuil

Editora Edicon

São Paulo

1985

Tombo: 1295

Mayrig, de Henry Verneuil é um romance francês de caráter biográfico, pelo qual narra sua vida, em especial, a juventude, abordando todas as dificuldades de uma família imigrante armênia em território francês. A questão da diáspora armênia é o tema de primeiro plano, as dificuldades de quem foge da perseguição e se vê expropriado de seu patrimônio econômico e cultural. Recai sobre a mãe a missão de se reconhecer armênio.

Além de literatura francesa, este romance deve ser abraçado, propriamente, como integrante da literatura armênia da diáspora. Todos os elementos para tal estão ali contidos. Henry Verneuil é o pseudônimo de Achod Malakian, afamado escritor e cineasta. Mayrig – que em língua armênia significa: mãezinha – tornou-se um best seller por sintetizar as dificuldades e bravuras do povo armênio na diáspora.

A edição aqui analisada é a versão do tradutor Charles Apovian, trazendo a obra de forma sintetizada para o público brasileiro e, obviamente, para a colônia armênia do Brasil.

Armênia: povo e identidade

Armênia: povo e identidade

António Loja Neves e

Margarida Neves Pereira

Editora Tinta da China

Lisboa

2018

Tombo: 3130

Armênia: povo e identidade, de António Loja Neves e Margarida Neves Pereira é um ensaio que apresenta a Armênia sob as perspectivas de sua história, cultura, identidade e laços com Portugal. Com subsídios da Fundação Calouste Gulbenkian, os autores prepararam um interessante repositório sobre a matéria e inusitadas observações entre a Armênia e o mundo lusitano.

Ao sol e à neve

Ao sol e à neve

João Luso

Editora H. Garnier Livreiro

Rio de Janeiro

1909

Tombo: 3136

Ao sol e à neve, de João Luso é uma narrativa de viagem composta por uma sequência de contos, em que o autor reporta seu retorno à terra, desde a saída do Brasil. Em Portugal, ele percorre Lisboa, Coimbra, Lousã e suas serras, Nazaré, Bom Jesus do Monte e Braga, em seguida partindo para Suíça, tudo em busca de bons ares. A narrativa evidencia um interessante envolvimento do autor com os personagens dos locais visitados. Da Lousã, o texto traz duas lendas: a do Castelo e a da Capela da Piedade.

A edição é esmerada! H. Garnier Livreiro Editor teve todo o cuidado de produzir uma obra agradável. A capa texturizada apresenta o Sol e parte título gravado em dourado “Ao Sol” e, em prateado, a montanha nevada e o restante do título “E A Neve”, tudo num tipo gráfico especialmente elaborado.

João Luso é o pseudônimo de Armando Erse de Figueiredo, português que emigrou para o Brasil e fez sua fortuna e carreira jornalística no eixo Santos – São Paulo – Rio de Janeiro. Tornou-se sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras pela cadeira de número 3. Além de ter conquistado interessante posição na escrita brasileira é tido, ao lado de Miguel de Torga, como um dos expoentes da literatura da Lousã.

Novos contos da montanha

Novos contos da montanha

Miguel Torga

Editora Nova Fronteira

Rio de Janeiro

1996

Tombo: 3135

Novos contos da montanha, de Miguel Torga é uma coletânea de contos que revela com precisão as características da escrita do autor feita de humanismo e arraigada ao universo português. Neste caso, os aldeões que habitam as montanhas e serras portuguesas são retratados e trazem uma expressão própria à literatura.

Esta edição brasileira, além de conter introdução de Cid Seixas sob o título Os sonhos do sujeito e sua construção social, tem, nas orelhas da capa, a apresentação do livro e do autor escrita por Jorge Amado.

Os Lusíadas

Os Lusíadas

Luís Vaz de Camões

Editora Porto

Porto

1950? 3ª edição

(organizada por Emanuel P. Ramos)

Tombo: 1965 e 2955

Os Lusíadas, de Luís de Camões é a epopeia portuguesa, reconhecida internacionalmente pela intelectualidade, eis que o autor, ao tratar de ação heroica de sua pátria, revela em seus versos um notável conhecimento de história universal, geografia, astronomia, mitologia clássica, literaturas antigas e modernas, além de poesia culta e popular.

Pela poesia, em dez cantos, compostos de várias oitavas, Camões conta a viagem de Vasco da Gama à Índia e exalta toda a história e conquista portuguesa até a sua contemporaneidade.

Esta edição em particular conta com a extraordinária organização por Emanuel Paulo Ramos, que, além de apresentar o texto camoniano, faz uma série de observações e análises em apartado, facilitando sobremaneira a compreensão da narrativa envolvida.

Patrimônio construído e desenvolvido em áreas de montanha: o exemplo da Serra da Lousã

Patrimônio construído e desenvolvido em áreas de montanha:

o exemplo da Serra da Lousã

Paulo Carvalho

Lousã

1980?

Tombo: não há

Patrimônio construído e desenvolvido em áreas de montanha: o exemplo da Serra da Lousã, de Paulo Carvalho é um ensaio sobre a região de Lousã, fazendo uma coletânea diversificada de informações a respeito. É de se destacar as referências feitas às artes e à literatura.

A obra destaca, quando à pintura naturalista, os pintores Carlos Reis e José Malhoa. Quando à literatura regional da Lousã, faz referência a João Luso e Miguel Torga que teriam retratado em seus trabalhos o espírito das montanhas e da Serra. Interessante observar que os dois escritores elencados, além de terem relação com a região da Serra da Lousã, foram ambos imigrantes no Brasil.

É oportuno lembrar que a região da Lousã desde há muito vem recebendo visitantes, que encantados, admiram os trabalhos locais e ficam atiçados a expressar a experiência e a natureza local em novos trabalhos.

Traços do Extremo Oriente

Traços do Extremo Oriente

Wenceslau de Moraes

Editora Sésamo

São Paulo

2012

Tombo: 2819

Traços do extremo oriente, de Wenceslau de Moraes é uma narrativa de viagem que reporta o oriente do final do século XIX e início do XX.

Em Macau, onde conviveu com personalidades marcantes, a exemplo de Camilo Pessanha, Wenceslau de Moraes escreveu o primeiro de seus livros a ser publicado: Traços do Extremo Oriente. Nessa obra, revelou toda sua paixão em descrever o oriente, a Tailândia, a Indonésia, a China, Macau e, em especial, o Japão, onde se exilou voluntariamente até o final de sua vida, alcançando, inclusive, admiração dos japoneses.

Há especulações de que foi no Brasil que seus primeiros escritos teriam sido vendidos em um leilão beneficente. Seu primeiro livro Traços do Extremo Oriente, entretanto, foi publicado em Lisboa, apenas em 1895, numa luxuosa edição pelas mãos de Vicente d'Eça. A segunda edição só ocorreria em 1946. Só em 2012 é que esta obra mereceu uma edição brasileira.

Adventures of Huckleberry Finn

Adventures of Huckleberry Finn

Mark Twain

Editora Riverside

 1950?

Tombo: 2971

Adventures of Huckleberry Finn, de Mark Twain é o cânone do romance estadunidense. O autor com sua narrativa irônica e irreverente, por meio de sentenças simples, avança o enredo aventureiro de Huckleberry Finn. Há semelhança entre estas e as Aventuras de Tom Sawyer, do mesmo autor, entretanto, com Finn o autor alcança o primor de sua crítica, abordando de forma inusitada o racismo daquele período histórico. É uma abordagem humana por todos seus aspectos.

Esta edição é peculiar, eis que há uma introdução feita por Henry Nash Smith, que analisa a obra em detalhes e dá um enfoque próprio a leitura deste marco da literatura estadunidense.

Tokyo Before/After

Tokyo Before/After

The Japan Foundation

Editora The Japan Foundation

Tóquio

2018

Tombo: 3139

Tokyo Before/After, de The Japan Foundation é o catálogo da exposição itinerante internacional, elaborada pela The Japan Foundation e que esteve presente no Brasil, na Caixa Cultural, no Rio de Janeiro, em setembro de 2019 com obras de Koga, Kineo Kuwabara, Mika Ninagawa entre outros artistas.

O catálogo, editado em inglês, apresenta a exposição, esclarecendo que traz trabalhos de antes da II Guerra Mundial e depois de 2010; apresenta parte das obras expostas e seus autores.

O mundo em que vivemos

O mundo em que vivemos

Editora Abril Cultural

São Paulo

1972 ?

Tombo: 331

O mundo em que vivemos, da editora Abril é um interessante repositório de informações a respeito da pré-história da Terra. Além de ser um livro de grande dimensão e de conter texto interessante, a obra é fartamente ilustrada e conta com pranchas que ao serem desdobradas surpreende com a amplidão de suas gravuras.

A obra foi composta em dois volumes, por meio de fascículos colecionados e posteriormente encadernados em capa própria. Esses fascículos eram vendidos em bancas de jornais na década de 1970.

Uma obra de grande impacto visual.

O vendedor de passados

O vendedor de passados

José Eduardo Agualusa

Editora Gryphus

Rio de Janeiro

2006

Tombo: 2100

O vendedor de passados, de José Eduardo Agualusa é um romance ambientado na África, mais precisamente em Angola. O enredo cuida de contar a estranha história de pessoas, em especial, políticos que precisam contratar um especialista para criar seu passado ilustre a fim de alcançar algum interesse social. O enredo é todo observado por uma lagartixa que em razão de suas características é ali onipresente.

O romance tido como uma das obras da literatura angolana, eis que seu autor e o cenário são de Angola. Essa classificação merece estudos, pois o autor tem vivido muito no Brasil e aí escrito e, por outro lado, seu tema é bastante universal. Sem tirar o mérito angolano, sua literatura é universal.

O outro pé da sereia

O outro pé da sereia

Mia Couto

Editora Companhia das Letras

São Paulo

2006

Tombo: 2349

O outro pé da sereia, de Mia Couto é um romance, que na linha de escrita do autor, traz a magia do universo africano e, em especial, moçambicano. A narrativa lida com a estória de uma imagem supostamente sacra encontrada nas águas e que se revela misteriosa, pois falta-lhe um pé. O defeito, entretanto, pode inexistir se tomado em outro contexto de crença, eis que pode ser considerara, por exemplo, uma sereia.

A narrativa e o linguajar de Mia Couto, neste livro assim como por toda sua obra, deliciam o leitor e se adequam com perfeição a magia da estória reportada.

Direito Internacional Público: curso elementar

Direito Internacional Público: curso elementar

José Francisco Rezek

Editora Saraiva

São Paulo

1994

Tombo: 1486 e 2279

Direito Internacional Público: curso elementar, de J. F. Rezek é um ensaio didático acerca da disciplina homônima. Na obra, são apresentados os aspectos elementares da matéria e, portanto, trata-se de um trabalho de interesse para os cursos acadêmicos e para consulta essencial.

Tendo em conta que o autor é jurista conceituado e exerceu cargos importantes como chanceler do Brasil, ministro do Supremo Tribunal Federal e juiz da Corte Internacional de Justiça da Haia, seu livro tem uma abordagem que deixa transparecer sua experiência na área internacional.

Assim, a base do livro evidencia o conhecimento adquirido pelo autor em sua experiência profissional.

Hiroshima mon amour

Hiroshima mon amour

Marguerite Duras

Editora Folio

Paris

1984

Tombo: 832

Hiroshima mon amour, de Marguerite Duras é um romance ambientado no Oriente. A narrativa da escritora e roteirista francesa, Duras, tem a beleza própria da expressão de sua língua e é cheia de dubiedade.

Essa obra é tida como criada sobre o roteiro cinematográfico do filme homônimo de Alan Resnais. Muita crítica elogia o trabalho, no entanto, não é unânime a respeito.

Dom Quixote de la Mancha

Dom Quixote de la Mancha

Miguel de Cervantes

Editora Abril

São Paulo

2002

Tombo: 1305 e 1298

Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes é um cânone da literatura espanhola e obra marcante da literatura universal. Numa narrativa que afronta as regras de sua época, dá outra abordagem aos romances de cavalaria. Conduz o leitor a questionar aspectos fundamentais do comportamento e incitar a conhecer a mente humana, além de desculpável loucura de um herói épico.

Mauá: empresário do império

Mauá: empresário do império

Jorge Caldeira

Editora Companhia das Letras

São Paulo

1995

Tombo: 1607

Mauá: empresário do império, de Jorge Caldeira é uma biografia de Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889), o conceituado e afamado empreendedor, comerciante, industrial, armador e banqueiro brasileiro, que alcançou os merecidos títulos nobiliários de Barão e depois de Visconde de Mauá.

Nesta obra, Jorge Caldeira – dedicado estudioso acerca do período imperial - apresenta a vida e obra desta personalidade da história econômica brasileira com detalhes de sua forma de atuação nos negócios e, em especial, do injusto processo jurídico que teve que enfrentar em face da hegemonia britânica da época.

Um capitão de quinze anos

Um capitão de quinze anos

Júlio Verne

Editora Hemus

São Paulo

1972

Tombo: 240

Um capitão de quinze anos, de Júlio Verne é uma narrativa cheia de aventuras que coloca um jovem de apenas quinze anos no comando de importante missão. A trama se desenvolve entorno dos traumas e dúvidas do jovem que se vê alçado a uma condição para a qual, em princípio, não estava preparado, mas que dela se desvencilha e se destaca.

Júlio Verne, com seu exímio dom de escrever aventuras fantásticas, delineia com perfeição um gênero literário e uma obra em particular que abraça e cativa os jovens, inclusive aqueles que ainda existem nos adultos.

É uma obra marcante e ideal para presentear a garotada ao completar 15 anos.

Canada: a story of challenge

Canada: a story of challenge

J. M. S. Careless

Editora MacMillan

Toronto

1963

Tombo: 1476

Canada: a story of challenge, de J.M.S. Careless é um interessante ensaio histórico sobre o Canadá. Com ilustrações e mapas detalhados, a História do Canadá, em especial, de sua formação econômica e territorial é traçada com maestria.

A obra, completa e concisa a respeito da matéria com redação direta e simples, aborda os aspectos históricos de interesse. Ali resta bem explanada a formação econômica do Canadá, desde suas origens, seu aparecimento na história do mundo ocidental assim como aspectos particulares que a caracterizaram seja pela exploração de seus recursos naturais assim como o envolvimento nas duas grandes guerras mundiais. A formação de suas fronteiras e de sua soberania também são destaques.